Em uma bike, algumas coisas parecem muito antigas para serem usadas ainda hoje. Pode ser um freio cantilever, um eixo com parafuso nas rodas, entre outros detalhes. O motivo é um só: eles ainda continuam funcionais. Provando que o antigo continua atual e bem adequado pra diversos usos hoje em dia.
Comparado com 2010 para cá, o mercado de bikes evoluía lentamente lá nos anos 1970, 1980 e 1990. Nestas épocas, as bicicletas sofriam poucas alterações em seu design, tecnologias e peças. Mas, muitas coisas que foram criadas nessas épocas ainda permanecem em magrelas de diferentes níveis e categorias.
É o antigo que continua atual. E neste post você vai conhecer muitas peças em uma bike, que foram feitas lá quando o MTB surgia, e que ainda são usadas em modelos modernos. E o melhor, elas foram melhoradas. Confira!
Mesa e guidão integrados: voltaram com força e com muita tecnologia
Esse era o padrão de cockpit em bikes de passeio e mountain bikes. A mesa e o guidão integrados em um só bloco de aço faziam os ajustes e o encaixe da peça no quadro, serem práticos.
Esse monobloco era visto em bikes mais simples, enquanto as mais avançadas já contavam com a novidade da época: a mesa e o guidão separados e em alumínio.
Contudo, hoje em dia, nas populares “bikes de supermercado”, o guidão e a mesa de aço integrados ainda são usados. Um dos motivos é seu baixo custo de fabricação e preço de venda para o cliente. Nesses casos, são peças bem simples, longe de serem muito seguras.
Porém, esse modelo de peça integrada hoje é muito empregado em MTBs e road bikes de alta performance. Ou seja, algo que é de alto custo hoje e que entrega muito desempenho e tecnologia.
Alguns guidões e mesas integrados são em fibra de carbono. Algo bem moderno que talvez tenha sido inspirado no modelo antigo e rústico que ainda continua em uso.
Créditos: Glory Cycles/Flickr
Cabos por dentro da mesa integrada ao guidão: renovados e melhores
Esse padrão de passar o conduíte por dentro da mesa era utilizado em uma época em que o freio cantilever era padrão na maioria das bicicletas. O motivo era para deixar o cabo de aço mais reto até chegar na área do freio.
Nas BMX e bikes de dirt jumping de hoje, isso é ainda usado e extremamente necessário. Manobras de girar o guidão, conhecidas como bar spins, são feitas graças ao detalhe avançado para a época dos freios cantilever.
Outro ponto curioso sobre o uso de cabos e conduítes que passam por dentro de peças é que, hoje, os fabricantes dão preferência a embutir esses “fios”. Para além do visual limpo na magrela, colocar cabos de aço ou por onde o óleo dos freios passa, protege melhor essas peças delicadas.
Freios cantilever: modelos antigos que continuam na ativa
Os freios cantilever foram por muitos anos a última tecnologia em frenagens seguras de MTBs e road bikes. E uma das razões é que o design, os materiais e os avanços em décadas passadas, exigiam mais esse modelo de freio.
Algo que ninguém saberia é que, ainda hoje, eles são usados em alguns modelos de bike. Especialmente em bicicletas de ciclocross. E há uma boa razão para um cantilever ser usado em bikes dos padrões simples aos arrojados, dentro dessa categoria.
Uma bike de ciclocross encara muito barro, o que exige para-lamas para encarar. Como o padrão de quadro e pneus de uma bicicleta do tipo são mais estreitos, usar um freio v-brake é complicado. Já para os freios a disco, eles adicionariam um peso que a ciclocross dispensa.
No final, os freios cantilever resolvem na medida certa os problemas de uma ciclocross, permitindo o encaixe de para-lamas sem correr o risco de atrapalhar as frenagens. E, com um peso mínimo, eles deixam essas bikes muito leves.
Firma pés: você pode apostar neles ao invés dos pedais de clip
Tudo bem, os pedais de clip começaram a pipocar nos campeonatos em meados dos anos 1990. Porém, os clássicos firma pés eram usados muito antes da invenção da japonesa Shimano, e ainda são vendidos hoje.
O modelo mais clássico de firma pés é um com um pedaço vazado de plástico na frente, com uma pequena chapa de aço parafusada no pedal. Para dar a firmeza ao pé, uma fivela com uma trava ajustável é usada.
Outros modelos foram criados com o passar dos anos, incluindo o mais prático, que é apenas de uma tira robusta de nylon, com velcros. Esse padrão é bem resistente e muito usado em bikes fixas, por sua garantia de que o pé fica mesmo travado.
Assim, até hoje em dia, quem quer pedalar mais forte e não quer pagar o preço de um pedal de clip e de um par de sapatilhas, pode usar o firma-pés. O “véio de guerra” ainda dá conta do recado.
Créditos: Pexels
Suspensão de mola e elastômero: a invenção que é padrão hoje
A suspensão criada pela Rock Shox foi uma grande inovação para o mundo do mountain bike na década de 1980. Isso sim foi uma verdadeira revolução que mudaria para sempre a forma de se pedalar.
Coisas quase impossíveis naquela época, como saltar em alta velocidade em meio a pedras e lama, sem sentir a pancada forte nos braços, começaram a acontecer. Graças à suspensão dianteira, que aliviava os impactos e fazia com que se pudesse arriscar mais em campeonatos.
Pois bem, o sistema de mola e elastômero — tipo de rolha macia — usado em suspensões da época, ainda é empregado hoje em dia. Uma prova de que a tecnologia feita pela Rock Shox continua bem atual.
A indústria de bikes continua surpreendendo a cada dia, com novas tecnologias e padrões. Porém, muitas peças e modelos criados há vários anos continuam se provando atuais e 100% funcionais, como na época em que foram lançados. Exemplos de que há coisas que vão ficar “para sempre”, até nas bikes.
E você, ainda usa sua primeira bike comprada há vários anos? Gosta do firma-pés antigo? Curte os freios cantilever? Conte abaixo as peças e detalhes que você não abre mão de usar, independente do tempo!