O mundo mudou de repente. Com a pandemia, rotas antes feitas todos os dias por massas, são usadas por menos pessoas. Home office, mais tempo em casa, idas pontuais ao trabalho e a digitalização de tudo o que é serviço. Esse combo trouxe mudanças que prometem ser definitivas para várias décadas. E adivinhe? A bike se encaixou melhor do que nunca nessa nova era de adaptações.
As cidades e as pessoas sofreram com o impacto econômico causado pela pandemia do novo coronavírus. Porém, por outro lado, houve uma intensa adaptação de diversos serviços e padrões de consumo para se encaixarem ao que é possível, com segurança. Com isso, toda a estrutura das cidades mudou, e alterou hábitos e estilos de vida de muita gente.
Neste post, vamos tratar de todas as maiores mudanças que aconteceram e mudaram de vez a forma como as pessoas levam seu dia a dia dentro de uma cidade. E claro, de como a bicicleta está com papel cada vez mais essencial na vida de muita gente!
Como a pandemia modificou necessidades e hábitos
Mesmo com quarentenas mais flexíveis, a vida não é a mesma comparada a antes da pandemia. Os hábitos e rotinas de todos foram modificados para conter a disseminação do novo coronavírus, sendo que parecem que já se fixaram.
Tempo é precioso
Hoje em dia as pessoas estão mais tempo em casa, o que fez com que passassem mais tempo com a família e menos no trânsito, nas idas e vindas ao trabalho.
Essa percepção de que estavam perdendo tempo valioso em trânsito, gerou um olhar mais voltado ao bem-estar.
Busca maior por serviços mais próximos
Com restrições em cada canto das cidades e o perigo da contaminação, quando as pessoas não buscam por compras na internet, elas vão ao local mais próximo de casa.
Esse movimento de buscar mais ofertas de lojas no próprio bairro ficou evidente de que cada bairro precisa ter uma mínima estrutura para atender a população local.
Movimentar a economia local
Com certeza tem alguma vendinha ou açougue aí perto de sua casa, que se tornou a sua primeira opção — e a mais segura — de compra física.
A subida da procura por serviços próximos, como farmácias, supermercados, padarias, entre outros, fez a economia de bairro crescer. Isso é ótimo porque contribui para que você tenha um local perto para comprar, e mantém o negócio popular aberto para atender ao pessoal do bairro.
Vida mais saudável
Ficar mais tempo em casa também trouxe um problema: o sedentarismo. Porém, para contornar esse contratempo, muita gente se pôs a fazer atividades físicas. E parece que muitos foram de bike, pelo menos de acordo com o crescimento de vendas no setor, em mais de 90% só em agosto de 2020, segundo a Aliança Bike.
Percepção de que dá para ser feliz com menos
Ainda que esse tópico seja de foro individual, a reavaliação de valores, prioridades e necessidades parece que bateu em muitas pessoas.
Encontrar a felicidade em atividades voltadas a ter mais experiências já era uma tendência de novas gerações. Com a pandemia, essa busca foi intensificada com quase o mesmo grau de se desapegar de diversos bens materiais, que se provaram dispensáveis.
Créditos: Roberto Romero Pérez/Flickr
Como várias cidades no mundo mudaram seu modelo para atender ao novo momento
Muitas cidades no mundo todo se redesenharam para atender a essas novas necessidades.
Dois pontos se destacam nessa nova era: calçadas mais largas e ciclovias. Ambas atendem ao que o momento exige, que é o distanciamento social, mas, elas trazem junto diversos benefícios.
Dentre as principais vantagens de cidades que adotaram esse modelo, é estimular as pessoas a caminharem ou pedalarem. E isso vale principalmente para os trechos em que se usava transporte público ou outro veículo, a curtas distâncias.
Veja as mudanças que as cidades no mundo todo adotaram ou estão implementando:
- Paris, na França, está investindo mais de 300 milhões de euros para criar novas ciclovias.
- Milão, na Itália, adotou 35 quilômetros de vias em diversos pontos exclusivamente para alargar as calçadas e fazer ciclovias, fazendo com que automóveis circulem em velocidade mais baixa.
- Lima, no Peru, acelerou um projeto de ciclovias que seriam feitas em cinco anos, e as implementou em menos de seis meses.
- Bogotá, na Colômbia, criou 117 quilômetros de ciclovias novos, que inicialmente são temporários, para espaçar a circulação de pedestres e veículos na cidade.
- Londres, da Inglaterra, liberou o sistema de bicicletas compartilhadas desde o início da pandemia, para facilitar a locomoção segura a serviços essenciais e ao trabalho.
- A cidade de São Paulo estendeu as ciclovias e ciclofaixas em mais 139km, colocando no total 643km de espaço dedicado para bikes na capital.
Como a bicicleta se tornou o meio de transporte e de estilo de vida mais usado e promete continuar
A bicicleta sempre reservou os mesmos benefícios desde que foi criada. Mas, com a tecnologia e as novas necessidades colocadas pelas pandemia, essas vantagens ficaram ainda mais evidentes.
Garantia de transporte sem risco de contaminação
Se você logo pensou que estria seguro se fosse pedalando ao trabalho, acertou. Por ser individual, a bike garante um transporte sem o risco de se contaminar.
Mais saúde
Em um período de fechamentos reaberturas nas cidades, a vida se tornou mais sedentária. Por conta disso, a bicicleta virou a “alternativa número um” para relaxar e sair de casa sem o medo de se contaminar ao ar livre em cima da bike.
Os benefícios à saúde que o ciclismo sempre teve, como regular a pressão arterial, reduzir peso e diminuir o risco para a diabetes ou mesmo controlá-la, permanecem. Além de muitos outros que aparecem com a prática frequente da atividade.
Menos poluição
Mais bikes nas ruas, ainda que em um volume pequeno para uma grande cidade, promove um ar mais limpo e menos poluição sonora. Esses aspectos podem não ser percebidos no curto prazo, mas ruas mais silenciosas já reduzem o estresse consideravelmente.
Mais economia
Abrir mão de veículo próprio, seja por conta da crise ou mesmo por escolha livre, é uma redução e tanta de custos anuais.
Claro que outros valores entram na conta, como a alimentação, roupas e acessórios e um seguro de bike. Mas tudo isso é comparativamente mais econômico do que manter um automóvel.
Facilidade de acesso a diversos locais
Seja para buscar pão na padaria mais próxima, fazer feira, visitar um familiar ou para qualquer outro trajeto próximo, a bike é uma mão na roda.
Facilidade de ir e voltar, praticidade de estacionar, autonomia para curtos e longos trajetos. Todos esses são alguns dos pontos que estão fazendo a bicicleta ser uma escolha prioritária de várias pessoas, desde hoje em diante.
Claro que ainda há uma demanda de novas ciclovias bem como de calçadas preparadas e seguras para que sejam usadas largamente. Porém, ainda há lentidão em implementar novos trechos em diversos municípios, quando não a total falta deles.
De todo, na análise geral, podemos dizer que várias metrópoles mundiais estão funcionando em um novo modelo. E que já está impactando as economias locais, a convivência e especialmente a saúde, que é a primeira que os ciclistas veteranos e novatos sentem. Que essa nova era de cidades e mobilidade seja de mais ciclovias e, principalmente, segurança.
O que você está achando dessas novas mudanças? Já pedalou por alguma ciclovia ou ciclofaixa nova aí na sua cidade? Ou ainda sente falta de espaços seguros para pedalar? Comente aqui abaixo para a gente!
Bela matéria. Ainda estou aquém do tipo de uso que pretendo fazer da minha bicicleta, mas acredito que a implementação de uma política de incentivo ao uso seguro de bicicletas em atividades durante os dias úteis produziria um impacto positivo muito grande e rápido na cidade de São Paulo. Muitas pessoas não fazem essa experiência de modalidade de uso de deslocamento pela insegurança da cidade. Pedalam aos finais de semana como prática esportiva e somente em zonas protegidas. Talvez não devessemos ficar só no dia sem carro mas incluir o dia do primeiro pedal ao trabalho…