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Aprenda a usar as marchas de bicicleta

Sem dúvidas, uma das grandes mudanças na história da evolução da nossa querida magrela foi a invenção e incorporação das marchas de bicicleta. Porém, para muitas pessoas, principalmente aquelas que cresceram andando em bicicletas de marcha única e pinhão fixo, podem ter dificuldades em se adaptar a este mecanismo. Mesmo que ele facilite muito a pedalada.

Com isso em mente elaboramos este artigo, explicando tudo o que você precisa saber para tirar o maior proveito desse componente simples, engenhoso e útil.

Como funcionam as marchas de bicicleta?

O sistema de marchas de bicicleta inclui várias peças: pedais, pedivelas, coroa, catraca, roda traseira e corrente. A ideia das marchas é otimizar a transmissão da força das pernas do ciclista tanto para terrenos que oferecem mais resistência para o deslocamento da bike, como subidas, por exemplo, ou para outros onde seja necessária maior velocidade e menos potência.

Para isso, a bike conta com duas engrenagens: a coroa, que forma parte da pedivela, e outra engrenagem na roda traseira o cassete.

A engrenagem da roda traseira (cassete) possui cogs de diferentes tamanhos, e cada uma faz com que a roda gire mais ou menos vezes. A ideia é simples: quando cog é menor, oferece mais resistência, mas é mais veloz. E, quando o diâmetro do cog é maior, a velocidade é menor, mas a resistência na hora de pedalar também é menor.

Para ir trocando de engrenagens, utilizamos os passadores, ou trocadores de marcha, que fazem que a corrente mude de lugar.

Dependendo da bike, podemos encontrar um ou dois passadores para trocar as marchas de bicicleta, porque alguns modelos possuem câmbios traseiros e dianteiros, isto é, na roda traseira e no pedivela/ coroa dianteiro. Os passadores cumprem com sua função mediante o uso de uma alavanca, giro ou botões. Dessa forma, podemos “subir” ou “descer” as marchas.

As bikes disponíveis atualmente no mercado possuem de 1 a 3 marchas dianteiras, e dentre 1 até 12 na roda traseira. Para saber quantas marchas tem uma bicicleta, precisamos multiplicar a quantidade de coroas dianteiras pela quantidade de engrenagens traseiras. Por exemplo, se a bike possui 2 coroas dianteiras e 7 marchas traseiras, tem 14 velocidades (2×7=14).

como usar marcha

Quais marchas de bicicleta usar?

Quando a bike possui só uma marcha na coroa dianteira e o resto na roda traseira, o uso e troca das marchas é bastante intuitivo. Nesse caso teremos só um passador no guidão, geralmente localizado no lado direito. A confusão acontece quando temos marchas na coroa dianteira também. Mas não se preocupe porque, na real, é bastante simples de entender e usar.

Há uma regra muito simples e impossível de esquecer: a engrenagem maior da coroa dianteira combina com a engrenagem pequena da roda traseira, e vice-versa.

Mas, quando usar as combinações de marchas de bicicleta?

Para uma subida, o melhor é combinar a engrenagem pequena da frente com as marchas maiores da parte de atrás.

Para uma descida, embora a força de gravidade faça a maior parte da tarefa por nós, o melhor é a combinação inversa do que para uma subida. Isso é recomendado para você ter sempre uma tração na bike e assim ter maior controle.

No caso de um terreno plano, ou para começar aquecer nosso corpo, a combinação recomendada é a engrenagem pequena na frente e as marchas médias a grandes na roda traseira. É uma combinação de marchas de bicicleta suave que oferece uma boa cadência.

Fazendo uma análise rápida do dito acima, vemos que, em geral, as combinações funcionam com os opostos, ou seja, marcha grande na frente e pequena detrás, ou na inversa. Em última análise, porém, é a prática que leva à perfeição, além de conhecer nosso corpo e nossos limites.

Outra forma de explicar esse mecanismo é quando o ciclista “sobe” ou “desce” as marchas.

“descer” uma marcha faz com que o pedal fique mais pesado e seja necessário fazer mais força para pedalar, porém a velocidade da bike vai aumentar. Isso é bom para um terreno plano.

Se “subimos” a marcha, a bike perderá velocidade e teremos que pedalar mais vezes para fazer a roda girar, que é o caso recomendado para subidas.

Para quem está começando, o melhor é deixar a marcha dianteira num ponto intermédio, e mexer só com as marchas traseiras até conhecer melhor o sistema e sentir as diferenças. Depois podemos experimentar com as marchas dianteiras e entender como afetam as posições das engrenagens traseiras e, em consequência, nosso esforço.

Dicas e recomendações

Por fim, vamos citar algumas recomendações e dicas práticas e importantes para uma melhor pedalada e cuidados com o sistema de marchas de bicicleta.

  • Se estivermos pensando em adquirir uma bicicleta ou adicionar um sistema de marchas, é importante considerar nossas necessidades. Isso porque, para distâncias curtas e terrenos planos, é muito provável que não seja necessário o uso de marchas. Uma bike fixa também tem suas vantagens.
  • No caso de pedalar frequentemente uma distância de pelo menos 15 km, com subidas e carregando peso, é melhor ter muitas marchas.
  • Evite o câmbio cruzado, isto é, uma combinação de marchas onde, tanto na roda dianteira quanto na traseira, usamos as marchas maiores. Ou ainda, quando usamos as marchas menores nas duras rodas. Isso traz problemas de desgaste e até quebra de peças, pois a corrente fica muito esticada.
  • Evite trocar as marchas durante uma subida. Isso também pode trazer problemas porque, durante uma subida, o sistema de marchas fica tenso e uma troca repentina pode danificá-lo. É melhor mudar de marcha antes de subir ou, se necessário, afrouxar a tensão nos pedais durante a subida.
  • Evite pedalar para trás em uma bicicleta com marchas, pois isso pode fazer com que a corrente saia do lugar.
  • Evite trocar as marchas enquanto estiver de pé na bicicleta. Quando o ciclista fica em pé na bicicleta, a tensão vai para os pedais sendo transferida para todo o sistema de engrenagens. No fim das contas, as engrenagens da bicicleta são usadas para transmitir a força das pernas para a bike. Ficar em pé e trocar de marchas pode provocar dano nas marchas.

Como vimos, as marchas são importantes nas pedaladas. E, apesar de parecerem complexas, são fáceis de entender. Conforme você praticar, mais intuitivas elas serão.

Se você ainda tiver dúvidas ou tiver alguma sugestão para um correto uso dar marchas de bicicleta, não hesite em deixar seu comentário!

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