O canote de selim é uma peça importante, responsável por realizar o primeiro ajuste de altura do ciclista à bike. Afinal, se ele for muito curto ou muito longo, suas pernas não ficarão na posição adequada para pedalar, e você sentirá dores ou acabará lesionado.
Embora seja um componente simples, o canote de selim possui algumas particularidades. Por isso, é importante ficar atento a essas questões quando for fazer a sua compra. Confira as dicas que separamos!
O que é canote do selim de bicicleta?
Canote é um tubo metálico onde o selim fica apoiado. Ele oferece segurança e equilíbrio para o ciclista. Existem diferentes medidas de canote.
Os materiais também são diversos, com opções em carbono, alumínio e etc.
Como escolher o canote de selim adequado?
Para escolher corretamente o canote de selim, existem alguns pontos que você precisa conferir — e que variam entre as peças. Vamos ver em detalhes.
Diâmetro
O diâmetro do canote deve ser compatível com a sua magrela. Afinal, se ele for maior ou menor, não fará o encaixe adequado. Em geral, as medidas variam entre 22,2mm e 33,9 mm.
É bem comum que essa informação esteja marcada no próprio canote da bike, abaixo da linha de inserção mínima. Então, caso vá trocar o seu canote, confira o diâmetro adequado, assegurando que a nova peça irá servir na magrela.
Caso o seu canote atual não tenha essa medida, é possível conferi-la no site do fabricante da bicicleta ou medir com um paquímetro.
Comprimento
Outra informação importante é o comprimento, pois os canotes podem variar bastante. Em geral, a faixa é entre 75 mm a até mais de 400mm. O comprimento é medido da base do canote e início do carrinho (mecanismo que prende o selim).
Mesmo com o canote todo para dentro, você ainda está sofrendo com o banco muito alto? É possível cortar o canote. Porém, somente faça isso depois de medir direitinho. E sempre deixe um pedaço equivalente ao comprimento da inserção mínima dentro do quadro.
Agora se você tem um canote muito curto, o único jeito é comprar outro modelo, mais longo.
Material
São vários os materiais de canote que você encontra no mercado. A principal diferença é o peso, a flexibilidade e o preço.
Os canotes de alumínio costumam ter um custo mais acessível. Eles são robustos, um pouco mais pesados e rígidos.
Os canotes de carbono são mais leves e, especialmente os mais finos, contam com boa flexibilidade, o que melhora o conforto durante a pedalada. Mas para isso acontecer, é fundamental que haja uma grande extensão do canote para fora do quadro.
Ainda existem os modelos mistos de carbono e alumínio que são bastante usados em competições e unem as vantagens dos dois materiais.
É claro que essas são informações gerais. Ou seja, alguns fabricantes podem ser capazes de produzir canotes de alumínio mais leves, aerodinâmicos e confortáveis do que outros que produzem em carbono. Por isso, é importante avaliar peça a peça.
Carrinho
O carrinho é responsável por prender os trilhos do selim e também permite o ajuste do selim para frente, para trás e a inclinação.
Os modelos mais básicos de canote costumam ter um carrinho com somente um parafuso central. A inclinação, nesse caso, é feita com um sistema de ranhuras e, por isso, o aperto do parafuso precisa ser alto.
O problema é que, em muitos casos, uma batida um pouco mais forte no selim faz com que o sistema de ajustes seja danificado. Por isso, a recomendação do uso desse tipo de carrinho é apenas para ciclistas que fazem uso esporádico da bike.
Se você treina mais vezes na semana, ou quer competir, a indicação é um canote um pouco mais avançado, com sistema de retenção com micro ajuste com dois parafusos. Esse é um modelo mais robusto e capaz de assegurar um ajuste mais fino do selim.
Embora esses sejam os mais comuns, existem outros modelos. Como os canotes destinados à triatlon, com uma aerodinâmica melhor e um formato diferenciado, canote de selim mais longo para as bikes dobráveis e também os canotes retráteis, que falaremos logo abaixo.
Canotes retráteis
Esses são modelos mais usados no MTB. Também conhecido como dopprer post, esse canote pode ser levantado ou abaixado durante a pedalada, com uma alavanca posicionada no guidão.
A vantagem é que ele oferece mais posições de pedalada, como posições mais aerodinâmicas nas descidas e estabilidade da bike nas curvas de alta velocidade.
Para comprar um modelo como esse, é preciso que a sua bike tenha previsão de cabeamento interno para canote.
A desvantagem é que esses canotes retráteis costumam pesar mais do que os canotes comuns. Para atletas de XC (especialmente os que preferem uma bike cada vez mais leve), e os ciclistas que não apreciam descidas técnicas, esse tipo de canote pode não ser muito indicado.
Além disso, o canote de selim retrátil custa mais caro e precisa de manutenção periódica (com a troca do fluído hidráulico, retentores e selo). Por isso, é preciso pesar os prós e contras para entender se essa é uma boa escolha para sua realidade.
Ancoragem do selim
A maioria dos canotes usa um sistema de abraçadeira fixada à cabeça do canote por meio de um ou dois parafusos, que agarram aos trilhos do selim. Esse sistema fixa o selim e permite afrouxar os parafusos para ajustar o posicionamento e a inclinação.
Existem alguns fabricantes que usam em seus modelos top de linha um sistema de selim de trilho único que exige um canote com sistema de ancoragem compatível. Embora seja uma opção mais leve e resistente, é um sistema incompatível com os demais canotes ou selins encontrados no mercado.
Set-back ou Offset
Conforme o posicionamento da cabeça da ancoragem do selim, os canotes podem ser divididos em:
- inline: a ancoragem fica exatamente acima do tubo;
- layback: com o centro da cabeça posicionada para trás;
- setback: usa uma dobra ou curvatura do tubo, mantendo, contudo, a cabeça do canote centralizada.
A escolha entre usar canotes do tipo setback ou não, depende apenas da preferência do ciclista, da ergonomia e do conjunto da bike. Por isso, um bike fit é tão importante.
Inserção mínima e graxa
Um ponto muito importante que você deve observar é a indicação de inserção mínima, presente em todos os canotes. Sempre deixe, no mínimo, essa quantidade de canote dentro do quadro.
Caso você não respeite essa orientação, terá mais chances de sofrer uma quebra no quadro ou no próprio canote, colocando seu pedal em risco.
Antes de colocar o canote no quadro, uma dica é usar a graxa branca para fazer a inserção, evitando arranhar e avariar o canote. Para os quadros e canotes de fibra de carbono, você precisará de uma graxa específica para esse material, que é um gel texturizado com sílica.
Canote com amortecimento
Se você é um ciclista que prioriza o conforto, o canote de selim com amortecimento pode ser uma boa ideia. O modelo possui uma suspensão com molas, elastômeros ou ar para amortecer os choques causados pela vibração do terreno.
O quanto o sistema de amortecimento é mais ou menos complexo é o que definirá o peso final e também o custo do produto.
A desvantagem é a alteração de altura de forma descontrolada, que pode resultar em perda de eficiência na pedalada.
Como saber o tamanho do canote?
Para descobrir o tamanho do canote de selim atual da sua bike, como explicamos, é só olhar a marcação que o próprio equipamento apresenta. Ou, ainda, medir manualmente.
Se você precisa ajustar a altura do canote, a dica é colocar seu calcanhar no pedal, com o pedivela posicionado para baixo. Ajuste a altura do canote de modo que sua perna não fique muito curvada, pois pode prejudicar sua pedalada, e nem muito esticada, o que faz com que você movimente mais as laterais do quadril.
O ideal é que, ao posicionar o calcanhar no pedal, o joelho fique levemente flexionado.
Depois de todas essas dicas, já sabe como escolher o canote de selim ideal para sua bike? Se ainda tem alguma dúvida, é só deixar um comentário pra gente!
